Home > entretenimento > Os 12 melhores filmes de invasão alienígena
3. Distrito 9
2009
Talvez de longe o filme mais político dessa lista, Distrito 9 surpreendeu o mundo com uma invasão alienígena às avessas e que incitava muitas questões reflexivas. Predominantemente violento e impactante, o primeiro longa de Neil Blomkamp lida com questões como xenofobia, racismo e desigualdade social.
Pautado em Joanesburgo, a maior cidade da África do Sul, os acontecimentos da película giram em torno de uma população de alienígenas que é enviada para um conjunto habitacional denominado Distrito 9, após ser encontrados em sua nave em estado degradante devido a uma misteriosa doença.
Obviamente inspirado nos eventos do Apartheid Sul-Africano, Distrito 9 se desenvolve de maneira brutal e bem estruturada, apresentando os personagens, seus pontos de vista e a percepção dos outros sobre suas ações. O formato escolhido para a narrativa é de pseudodocumentário, mas alterna entre seqüências normais, principalmente nos momentos de ação. A fotografia é ótima e os efeitos especiais são fantásticos para um filme de orçamento relativamente baixo.
Sendo indicado à quatro Academy Awards no ano de 2009, incluindo melhor filme e efeitos especiais, Distrito 9 é um tipo de filme que soará como atual até daqui a cinqüenta ou sessenta anos, trazendo momentos de reflexão sobre o que é ser humano, e como explicar e compreender o diferente.
2. The Thing (O Enigma de Outro Mundo)
1982
Uma das obras primas de John Carpenter, O Enigma de Outro mundo é o único longa na lista com as características fortemente norteadas no Horror, e faz isso com maestria. A começar pela trilha composta por Ennio Morricone e o próprio Carpenter, a faixa introdutória mimetiza assombrosamente o som dos batimentos cardíacos de forma imperfeita, tal como o invasor alienígena antagonista. A edição de som também não fica para trás, com uma divisão de pan a frente do seu tempo, a sensação de que estamos imersos no longa é grande.
O enredo se concentra em uma equipe de pesquisadores localizados em uma região inóspita da Antártica que se vê à mercê de uma criatura alienígena capaz de se transformar em outros seres vivos. A sensação de quem será a próxima vítima, assim como qual dos sobreviventes é uma cópia produzida pelo alienígena ajuda manter o longa em um imenso clímax que só acaba quando os créditos rodam.
O ambiente antártico em que o longa foi rodado amplifica as sensações de isolamento e agonia, além do contraste entre o sangue e a neve ser simplesmente perturbador. A fotografia é lindíssima e os planos aéreos são muito bem elaborados, demonstrando toda a imensidão e o vazio que permeia a paisagem.
As atuações flutuam entre a calmaria e o exagero, em alguns momentos até amadoras, mas somos salvos por um Kurt Russel, um Wilford Brimley e um Keith David inspirados, que sozinhos dão movimento e dinamismo ao longa que é naturalmente lento.
Tornando-se referência de efeitos especiais e maquiagem, The Thing contou simplesmente com as mãos dos monstros Stan Winston e Rob Bottins como responsáveis por elaborar e idealizar “A Coisa”, o resultado é uma das mais aterradoras e marcantes criaturas que já apareceram na grande tela.
O Enigma de Outro Mundo é uma obra de arte que envelheceu magistralmente bem e merece ser lembrado por mais muito tempo como um marco no gênero de ficção científica. Basta assistir o longa para entender o porquê de até hoje ser lembrado tão vividamente na Cultura Pop, e ainda gerar discussões e teorias imensas sobre seu conteúdo.
1. O Dia em que a Terra Parou
1951
É de se considerar O Dia em que a Terra Parou um produto claramente a frente do seu tempo em diversos aspectos. Trazendo uma mensagem de paz em tempos de Guerra Fria, o longa dirigido pelo cineasta Robert Wise é um marco do cinema mundial e na cultura pop. Pautado em um mundo dividido claramente pela influência de duas grandes potencias, EUA e URSS, a película narra história de Klaatu, um alienígena enviado a Terra com a intenção de nos alertar sobre os perigos da corrida espacial e nuclear, e como isso pode levar-nos à destruição, não por nós mesmos, mas pelas mãos de uma aliança galáctica que preza pela paz universal.
É importante levar em consideração que o momento histórico em que o filme foi concebido era extremamente delicado quando falamos em ideologias econômicas. Um diretor Norte Americano influente falando abertamente sobre o quão atrasados eram as nossas pelejas mundanas pode ser considerado um ato de extrema coragem, senão loucura. Arriscando-se a ser considerado transgressor e ser lançados ao ostracismo como no famoso caso do roteirista Dalton Trumbo, Wise foi imortalizado por sua capacidade de transmitir uma mensagem que deveria ser ouvida a qualquer custo.
Nos quesitos técnicos o longa não deixa a desejar em nada. A atuação de Michael Rennie na pele de Klaatu é sensível e pontual, e colabora para o andamento paciente presente em todo o longa. Os efeitos visuais são fascinantes, toda a elaboração da nave em que o alienígena chega na Terra é de deixar bocas abertas. A trilha sonora é outro ponto interessante, alterna longos silêncios com dramáticos ataques de sopros orquestrados magistralmente, e assim dita o ritmo de forma fantástica.
São muitos os aspectos que fizeram “O Dia em que a Terra Parou” ser lembrado até hoje como uma referência do cinema moderno, seja como longa político ou de ficção científica. Vemos esse reflexo em diversos intertextualidades com obras mais recentes como Star Wars, Tron e Contatos Imediatos de Terceiro Grau, além é claro do remake meio” Bleh” de 2008. O primeiro lugar dessa lista não poderia estar em melhores mãos, resta torcer para que mais longas do gênero surjam se inspirando nesse obra prima do cinema mundial.

Por Artur Siciliano
Estudante de Letras, 23 anos, carioca e fundador deste site. Apaixonado por video-games, literatura, cinema, esportes e que sonha em atravessar o Oceano Pacífico de barquinho, apertar a mão e dar um tapinha nas costas do Tarantino e ressuscitar George Orwell e Carl Sagan.